quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O BEM AMADO SAPEZAL (OU SERIA SUCUPIRA?)

A praia  de  Sepetiba já serviu de cenário  para  a novela O Bem Amado, e  já  se chamou ''Sucupira''  (veja a sucupira em flor  no anexo).
Hoje, para nossa  tristeza, das  belas  praias  só  sobrou a  saudade  do seus  nativos. A saudade, os  urubus, os pescadores  e as  lindas garças. Se  o meu Sapezal  tem um patrimonio  são  elas, as  garças  que se mantém  firmes  e orgulhosas mesmo sobre  a camada  de material geotextil da praia  'fake ', que se  instalou  em meio ao lamaçal. Essa praia  é mais  ''de mentirinha'' que o coreto  da  praça, de onde  o ''prefeito''  Odorico Paraguassú  proferia  seus  discursos, porque o coreto existe  e  está lá até hoje. A nova praia, no entanto, só prestará  para engambelar os eleitores desatentos 
nas próximas eleições.










Essa parte  não tem ''garça'' nenhuma!!!

HOMENAGEM ÀS DAMAS NEGRAS

Mamãe está na era de ser CELEBRADA.
Ela será mais uma vez homenageada no dia 30/11 às 19h (convite em anexo).
Seremos agraciados com a presença de todos voces.
Beijos e bençãos












Christina Morais



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

HOMENAGEM A MÃE CHICA


 Mãe Chica será homenageda ,hoje, as 20:30 hs, na II Noite Contemporânea Cine Fest.
 
O bom é que ela vai para um lugar chamado Tempo Glauber, e mesmo que fosse Templo Gauber, dava no mesmo, porque o Espaço é ''Barravento'', que é o nome que os baianos dão a incorporação espiritual. Como ela vai acompanhada de Tia Neném que é ''filha'' do Orixá Tempo, elas estão indo para o cenário certo. Junão estará lá para recebê-las e está preparando várias surpresas para Mãe Chica.
Luana fez essa foto delas duas no domingo, por puro acaso, e isso me inspirou a retratá-las nas seus trajes de outras festas. A Luciana fez a montagem e,voilá!

Aí eu ví que a vida imita arte messssmo!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

IANSÃ DE BRAÇOS DADOS COM XANGÔ

Oyá,Oyá,Oyá 
Dona Iansã chegou 
Oyá, Oyá, Oyá 
De braços dados com Xangô! 



 


Oyá,Oyá,Oyá 
Dona Iansã chegou 
Oyá, Oyá, Oyá 
De braços dados com Xangô! 







Com seu eruexim 
Ela doutrinou Egun 
E com sua espada 
Foi pra guerra com Ogum







Oyá,Oyá,Oyá 
Dona Iansã chegou 
Oyá, Oyá, Oyá 
De braços dados com Xangô! 


Oyá,Oyá,Oyá 
Dona Iansã chegou 
Oyá, Oyá, Oyá 
 De braços dados com Xangô!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

PRAIA PRA INGLES VER ...

Estou enviando para vocês as fotos da Praia de Sepetiba Restaurada, que deveria agora se chamar Praia Pra Inglês Ver. Isso porque o processo de Despoluição e Revitalização da Enseada de Sepetiba, é obra para muitos anos. E o truque da lasanha que eles estão utilizando: uma camada de lona, uma camada de areia,uma camada de lona, uma camada de areia também demora muuuiiitttto para apresentar resultado, e deve ter data de validade. A Praia Pra Inglês Ver já foi inaugurada com prefeito e cobertura da mídia. Mas quando as crianças começarem a querer cavar para construir castelinhos e os farofeiros,com todo direito, quiserem armar suas barracas, como é que fica nessa estrutura de lasanha??? E não vamos esquecer que o fabricante de lona , que venceu a licitação, que deve ser um que está rezando pra obra durar,durar, durar.................... Eu passei,ví e fotografei e até lembrei de uma música , do tempo em que tudo ainda era original e não reciclado ou feito para enganar os incautos: Um dia a areia branca Teus pés irão tocar E vai molhar seus cabelos A água azul do mar...... (CAETANO VELOSO) Eu sou jurrásica, mas a Praia de Sepetiba tinha areia,mar,lama medicinal,peixes saudáveis para o consumo, e até.......pasmem; turistas! Aproveitem a vista, Carpem Diem!
NO MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA É BOM ANOTAR: 'A Lei para Inglês Ver' Além de enfrentar o movimento das ruas e das tropas, os interesses divergentes de restauradores e exaltados, os atentados, as fugas de escravos e insurreições negras, o Governo Regencial tinha, também, que enfrentar a pressão inglesa para a extinção do tráfico negreiro internacional. Diversos acordos já tinham sido assinados entre o Brasil e a Inglaterra, limitando o alcance e a abrangência do tráfico negreiro, desde a vinda de D. João para o Brasil. Todos esses acordos ainda não eram suficientes para a Inglaterra, que visava mesmo o fim da escravidão. Muito se questionava na época, e ainda hoje se continua questionando, os reais interesses dos ingleses para tanta pressão. Alguns afirmavam ser por razões humanitárias; outros, por desejarem expandir mercado consumidor para seus produtos; e ainda havia aqueles que os viam como maneira de tornar mais competitiva a produção de sua indústria açucareira nas Antilhas. De qualquer modo, essa pressão inquietava o Governo Regencial e sua força de apoio - os moderados - uma vez que a economia brasileira dependia profundamente da mão-de-obra escrava. Pretendendo retardar o mais possível a eliminação dessa força trabalhadora e aliviar a pressão inglesa, o governo promulgou, em novembro de 1831, uma lei proibindo o tráfico negreiro para o Brasil, declarando livres os escravos que aqui chegassem e punindo severamente os importadores. Comentava-se na Câmara dos Deputados, nas casas e nas ruas, que o Ministro Feijó fizera uma "lei para inglês ver".

DIA DA CONSCIENCIA NEGRA!

Quem me conhece faz tempo, também conhece essa estória. E na Semana de Zumbi, ela serve de reflexão. Eu morava no Humaitá, e estava voltando para casa de 438 - Barão de Drummond/Leblon. Eu havia comprado alguns pares de sapato numa liquidação no Centro. Embarquei no onibus, na Praça XV, e quando entrei, ví que todo bancotraseiro estava ocupado por rapazes negros. Eu pensei cá com meus sapatos: -''sei não, essa negrada toda no último banco deve está olhando quem entra pra depois assaltar!'' Na mesma hora me penitenciei por aquele pensamento preconceituoso. Afinal, eles poderiam ser meus irmãos, meus namorados, meus amigos.....Só porque estavam de bermuda, num dia de semana, no horário em que a maioria está trabalhando..........eles podiam ser guardas noturnos, enfermeiros......mas não custava eu guardar meu relógio, meu anel de prata com ouro, meu dinheiro no sapato.......não custava eu ficar olhando o movimento negro pelo retrovisor. Conforme os outros passageiros iam embarcando, a postura era a mesma, davam uma respirada, quando viam o grupo, passavam na roleta e ficavam de olho no espelho. Quando alcançamos o Hotel Novo Mundo, eu respirei aliviada, porque minha experiência dizia, que se ninguém se apresentava como assaltante até ali, o resto da viagem era tranquila. Mas assim que chegamos no outro ponto, os ''meus irmãos de cor'' já haviam iniciado o assalto, que na verdade era direcionado a um cidadão só.Mas quando eu escutei que era assalto , que ví que o onibus estava parado, e com a porta da frente aberta, eu lancei mão das minhas sacolas e rumei para a porta. Sentí um mão me segurar, e uma voz falar carinhosamente no meu ouvido:-''não precisa saltar não, nós já estamos saindo''. E saíram sem incomodar mais ninguém. Eu, que caí de volta no banco, depois de tanta deferência, agora me penitenciava por não ter acreditado no meu faro. Ontem, entrei no mercadinho lá da esquina de casa, no Sapezal e depois de colocar os suquinhos do meu filhinho no balcão, esperei um sujeito, que vocês estão vendo no desenho fazer a compra dele, para eu pagar os suquinhos. O cara era pra lá de caidinho, e tinha as pernas inchadas de tanto alcool, embora fosse magrinho. Não pensei que ele fosse meu irmão, ou meu namorado desta vez, mas a imagem dele era de dar dó! Ele pediu várias marcas de cigarro e trazia uma nota de dois reais entre os dedos, como os trocadores antigos faziam. Depois de muita escolha ele optou por um tipo X de cigarro e o comerciante, disse a ele que aquele cigarro era dois reais e sessenta centavos. Ele então colocou a mão sobre o balcão..... parou........olhou para Seu Antonio e disse: -''..o sinhô não vaime levar a mal, mas.....'' , e colocou um pé para atrás...... Eu pensei que ele ia surgiu com alguma arma e dizer que ia levaro cigarro e mais alguma coisa de graça. Nada disso! Ele colocou a mão para se apoiar no balcão e o pé atrás do outro, para descalçar um tenis ! Aí, ele olhou pra mim, meio constragido e eu ví que no lugar do salto do calçado, ele camuflava as moedas dele. Ele me disse: -''moeda é fácil de perder, e dinheiro não dá pra dar mole não''. Eu balbuciei um: ''- é...''. Ele então pegou uma moeda de cinquenta centavos e outra de dez centavos de chulé e entregou para Seu Antonio, que teve que aceitar. Depois que ele saiu , perguntei ao comerciante lusodescendente se ele conhecia o gajo, e ele disse que ele era carroceiro e que pelo aspecto, talvez ele até dormisse com aquele tenis calçado. As vésperas do Dia da Consciência Negra , a gente ainda tem muito tópico pra debater com nossas próprias consciências.