sexta-feira, 24 de setembro de 2010

SALVE COSME E DAMIÃO!




O mês de setembro é um mês singular para mim. Conheço muita gente que nasceu nesse mês. Mas a pessoa que mais fez o mês de setembro marcar minha vida, não nasceu em setembro,
Na verdade nasceu no dia 20 de Janeiro.
Desde pequena eu assistia a devoção de meu Tio Clóvis pelos Santos Cosme e Damião.
Ele dava doces no dia 27 de setembro, eu achava lindo! E quando fiz 12 anos comecei a
dar doces também. Passei 32 anos distribuindo doces, roupas e brinquedos nesse dia.
Depois optei por doar cultura e educação através da fundação da Casa de Cultura, mas
confesso que ainda sinto aquela vontade quando chega o dia e sempre me lembro, com
saudades do meu tio quando vejo a festa da criançada.
Ontem fui ao mercado fazer compras e me ví perseguida por uma senhorinha que insistia
que eu tinha que pagar as compras dela . Ela dizia :''-será que dá pra a senhora me
pagar uma mistura (entenda-se por mistura: a carne, o frango, o peixe etc)?'' e eu
quase caí no conto dela, mas lembrei que o pessoal que gosta de ganhar sem se esforçar gosta de colocar velhinhas e crianças como pedintes, para receber as beneces sem precisar trabalhar e dei um desculpa qualquer, para ver se me livrava. Aí, ela foi pedir aos outros e depois voltou e tentou me induzir a pagar, pelo menos o macarrão para ''ela''.
Eu mais uma vez neguei e fui para o caixa.
Quando fornecí o endereço, a caixa falou: ''- Rua Capitão Hélio é onde mora Dona Nazaré.'' Eu então rimei, ''e Dona Nazaré mora em frente a casa de Chica Xavier''. a moça então sorriu e disse que já havia trabalhado na padaria, que fica proxima a nossa rua, e me contou que adorava o ''nosso motorista'' da época que ela trabalhava lá. Ela estava se referindo ao meu Tio Clóvis. Ela disse que ele era uma pessoa muito alto astral e que sempre que ia na padaria alegrava todas as meninas. E que um Natal ele presenteou cada uma delas com corte de tecido. E que ela tem o vestido que fez com esse tecido até hoje.
Me contou a caixa, que toda vez que ela olha no armário ou veste o vestido, lembra dele com carinho e saudade.
Fiquei pensando, vou nesse mercado todo mês, mas só ontem, sete dias antes de eu me
lembrar dele durante um dia inteiro, eu ouço uma estória bacana como essa!
Triste daquele que passa pelo mundo e não deixa saudade!
E meu Tio Clóvis deixou essa doce lembrança em cada um de nós. Tão doce quanto os
saquinhos de Cosme e Damião que ele distribuía.







54 ANOS DE CARREIRA DE CHICA XAVIER - ORFEU



O Toni Garrido ( que interpretou Orfeu no cinema, canta assim:
''Todo mundo espera alguma coisa de um sábado a noite....''

O que eu esperava do meu sábado á noite, era assistir a um bom espetáculo
para o qual eu, Mãe Chica e Christina havíamos sido convidadas por Isabel Fillardis.
Só que tudo acabou se transformando em puro encantamento, como nos filmes de Fadas. Primeiro porque Mãe Chica que está completando esse mês 54 anos de carreira,
justamente com a peça Orfeu, assistiu Isabel interpretando divinamente o personagem
da Dama Negra, que foi seu personagem de estréia como atriz . Ao final do espetáculo
Isabel contou para o público da alegria que estava sentindo de ter Mãe Chica na platéia, quando ela agora era a Dama Negra. Mãe Chica foi muito aplaudida e agradeceu a todos
falando que Bel era sua filha de coração, o que tornava aquele momento muito mais
importante para elas. Embora a estória se passe no Rio, Orfeu e Eurídice são dois atores baianos que integram o elenco do seriado Ó PAÍ Ó, com todo sotaque soteropolitano.
Não menos baiana é a atriz que interpreta a Mira, que fez a mulher do capoeirista
Besouro no filme Besouro, que também é bai-a-no! Outra atriz notadamente baiana, é
a atual rainha da bateria da Mangueira, que interpretava uma baiana arretada na Escolinha do Barulho, do Sidney Magal, que era apresentada na tv Bandeirantes. Essa parte foi a que ficou sem resposta para mim. Porque todo tempo se fala do Rio e do sentimento e do jeito carioca de ser, e colocam quatro atores baianíssimos para estrelar a estória? Fora esse pecado a peça é uma adaptação livre da obra de Vinicius e não só de Orfeu. Dá uns toques sobre a violência que impera na cidade que Vinicius tanto amava.
Édio Nunes, roubando a cena sem dó nem piedade. Adorei !!!
É muito bom quando a gente vai assistir um espetáculo de um amigo e diz pode dizer que gostou porque está bom e não porque é amigo. E eu gostei dos meus amigos em cena, cada dia mostrando que talento só se aprimora se ele estiver lá!
Sou grata pela homenagem a nossa Mãe.
Sucesso nas novas praças.







quarta-feira, 1 de setembro de 2010

NOSSO LAR, O FILME







A família foi ao cinema numa terça-feira a noite! Só mesmo a grande corrente da espiritualidade para fazer esse milagre.
Fomos a pré-estréia do filme ''Nosso Lar'', no Cinemark do Downtown.
Christina Xavier estava exultante na sua volta as telonas desde ''A Partilha''.
Dessa vez ela fez o personagem Ismália (o mesmo de Mãe Chica) com 35 anos,
e era com essa idade que ela estava se sentindo! A ironia é que em outubro ela
colocará as velinhas no bolo com esses mesmo algarismos, mas em outra ordem!
Ela disse um verso bem bonito, disse adeus e foi-se embora, já que sua aparição foi
episódica, mas foi no início do filme, e ficou bem bucólica a cena.
Quanto a nossa estrela, não é necessário dizer que ela mais uma vez brilhou gerallll!
Depois de duas cenas segurando um bebê e uma segurando uma bandeja, ela praticamente encerrou o filme com a força da sua emoção em uma cena carregada de espiritualidade ancestral.
Dom Kelé reencontrou colegas de telinha, Junão e Juninho também encontraram conhecidos e amigos.
Luana estava deslumbrante!
A platéia teve direito a pipoca com Coca-Cola e o elenco ganhou um broche e um
jantar num restaurante. Nós fomos embora porque quase todos trabalharíamos no
dia seguinte, ou seja, horas depois.
E eu doida para voltar pro nosso lar no Sapezal, onde deitei a 1:40 e despertei as 3:00
para vir para o Centro (que não é espírita), para trabalhar e produzir a matéria de
hoje.
Salve André Luiz! Salve Chico Xavier! Salve o Cinema Nacional!

http://www.nossolarofilme.com.br/











sexta-feira, 20 de agosto de 2010

TROFÉU PALMARES 2010 - LAVAGEM DA FUNDAÇÃO





Agora a festa da lavagem da Fundação Palmares com presença de ministros, senadores e as várias mães de santo do Brasil todo.























http://www.palmares.gov.br/

TROFÉU PALMARES 2010





É gente! A festa do troféu começou!
Consegui clicar Selma do Coco, Mãe Neyde, Alaíde do Feijão, Mestre Cláudio, Carlos Eugenio Libano Soares, e por aí vai.
Espero conseguir clicar Mãe Chica com as Divas : Daúde, Mart'nália, Alaíde Costa, Rasa Maria, Luciana Melo,
Margareth Menezes, Paula Lima.
Estou adorando!
Já ganhei livro de Joel Zito Araújo e Maurício Pestana, este autografado para Oranyan ... Enfim ...
Já ví Edir de Castro, atual Edyr Duqui (ex-frenética)!
É muito axé!
Beijos
Amo todos e cada um!

Brasília é frio pra c............

Grata pelos votos

Mamãe foi super homenageada e elogiada na coletiva para a imprensa















http://www.palmares.gov.br/

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

VOLMAR



Volmar havia sido deixado pelo pai num banco da estrada de ferro central do Brasil, enquanto ele iria buscar um lanche e comprar um cigarro. Só que ele nunca mais voltou. Volmar esperou, chorou, se desesperou, mas quando viu que tinha sido abandonado, deu logo um jeitinho de pedir o que comer a uns e outros, pedir um trocado, dormir num cantinho aqui e ali.....e com seis anos e meio já era um morador de rua profissional. Só tinha um detalhe, andava sempre só, nunca em bandos.
Fez amizades com ambulantes, cafetões, prostitutas, frentistas, garçons, flanelinhas e quem mais freqüentasse a noite e não fosse tira. Não se lembrava do seu sobrenome, nem da casa ou da cara de seus parentes, era um cidadão do mundo. Era um faz tudo, vivia de biscates e a noite se aboletava em alguma marquise para passar a noite.
Seu apelido, agora era Mazinho.
Um dia, a polícia resolveu dar uma limpeza nos mendigos, devido a visita de um chefe de estado estrangeiro ao Rio. E tudo quanto era morador de rua tinha que dar um jeito de sumir, ou seria levado para algum abrigo. E ali, durante uma batida, Mazinho, que estava
engraxando os sapatos de um professor de dança, largou o professor e saiu correndo pelas ruas com a policia no seu encalço. De repente, sem ter pra onde fugir, se esgueirou pela porta de um hotel vagabundo, sem que o gerente notasse e se escondeu num dos quartos, se era esse o nome que se dava aquele pardieiro. Quando a noite chegou, o faxineiro o encontrou dormindo, todo encolhido, abraçado a caixa de engraxate. Chamou o gerente e o porteiro. O porteiro perguntou ao gerente o que fariam com o Pivete, mas como o gerente já conhecia Mazinho das ruas, apenas o acordou e depois de perguntar o que estava fazendo alí, foi solidário com ele e disse que até a tempestade passar ele poderia ficar alí, mas teria que trabalhar para comer e dormir. Arrumou-lhe um uniforme que dava 10 Mazinhos dentro e pegou um par de “congas” nos “achados e perdidos” do estabelecimento. E assim Mazinho virou auxiliar de ajudante de office-boy do hotel Pouso dos Braganças!




O caso era o seguinte, um galego que era conhecido por seu Bragança e que ninguém conhecia, se dizia pertencente a família real portuguesa, e embora aquela espelunca só fosse pouso de prostitutas e seus clientes e de usuários de drogas, para Mazinho aquele seria seu primeiro lar, depois de ter sido largado por sua nobre família. Os dias, os meses, os anos foram passando e Mazinho, já era conhecido como Mazzo e já havia sido promovido a porteiro, quando o antigo morreu. Ali, ele havia se tornado homem (como cortesia da casa), havia aprendido a ler, escrever e contar com o gerente e quando queria engraxar os sapatos, chamava um desses meninos de rua para fazer o serviço. As prostitutas agora eram tatuadas e cheias de piercings, e algumas falavam bem grosso e tinham quase 2 metros de altura. Mas o importante era que ninguém quebrasse nada nos quartos e desse a percentagem, além do tempo de permanência nas suítes. Ele continuava sem conhecer o galego, o chefe, o dono da espelunca de origem nobre. Mas isso não tinha importância, o que era importante era o perfeito funcionamento do Pouso dos Braganças!
Até filme já tinham feito lá, um foi até premiado lá fora e o outro foi muito vendido para as grandes redes de motéis do país.
O Pouso não era um lugar qualquer.
Um dia, durante a folga do gerente, ou seja, durante as poucas horas que o gerente desfrutava do direito de ser hóspede, ele exagerou na dose de viagra e empacotou lá mesmo, em cima da puta. Foi um dia de muita tristeza. Principalmente para seus filhos que tiveram que buscar o pai naquela situação vergonhosa, até porque eles não sabiam onde o pai trabalhava.
Mas depois do enterro tudo voltou a funcionar como antes. Só que havia um porém: o galego não deu as caras, e quem seria o novo gerente? Mazzo, não se fez de rogado, conhecia o Pouso como a palma de sua mão e se autopromoveu a gerente interino. É claro que seu poder e suas gorjetas aumentaram significativamente, mas até o dono aparecer assim seria. O filho do faxineiro virou porteiro interino e a vida seguiu seu rumo.
Volmar agora era conhecido como seu Mazino, o Mazzo interino.
Uma tarde, assistindo a um programa na tv do lobby do hotel, ele viu um casal muito humilde, acompanhado de dois homens e uma mulher, todos muito mal vestidos e falando de olhos voltados pro chão, dizendo que estavam todos a procura de seu filho e irmão mais velho. O pai contava aos prantos que havia abandonado o filho mais velho, com cinco anos, na época, na Central do Brasil, por desconfiar que a mulher o havia traído e que aquele menino não fosse seu filho. E depois de muitos anos e de ter procurado, sem sucesso pelo filho que havia abandonado, ele estava recorrendo ao programa para saber se através da aparência dos outros filhos, seu filho, não seria encontrado e retornaria para o seio da família.
Seu Mazino, olhou a família na tela, olhou seu rosto no espelho, deixou que apenas uma lágrima rolasse de um de seus olhos, embaçando seus óculos. Pegou um lenço, enxugou os olhos, limpou as lentes, pegou o controle remoto, deu um pigarro e mudou de canal.
No dia seguinte, chamou o porteiro interino e mandou que ele fosse na bordadeira bordar seu novo uniforme com a palavra “porteiro”. Depois mandou que ele fosse encomendar uma placa aonde se lia, em letras pretas no fundo dourado, “Sr. Mazino Bragança”, proprietário. E toda semana ele manda rezar, na Igreja da Lampadoza, uma missa pela alma do menino Volmar, falecido aos cinco anos de idade, atropelado pelo trem da Central do Brasil.
O hotel continua funcionando. Seu mazino aceita real, dólar, euro, ticket-refeição, vale-transporte, cartão de crédito, aluga para eventos, filmagens...........
Mas e o galego, hein?!


* As imagens são do Google Imagens

sexta-feira, 30 de julho de 2010

SEM PERDER O REBOLADO




Hoje é dia de aloprar geral!
Eu concordo plenamente.
Mas evitem andar de skate em túneis em manutenção.
Evitem deixar os celulares longe do alcance ou desligados, porque hoje é a noite em que os presidiários adoram ligar para os ''escolhidos'' e dizer que seus parentes foram sequestrados e pedir créditos telêfonicos para pagar o resgate.
Tentem prestar atenção nos copos em que estão bebendo para não cairem no golpe do ''boa noite,Cinderela''.
Façam sexo com camisinha e reparem se não há cameras
ocultas, para que seu prazer privado não seja o vídeo mais visitado do sábado.
Forre o estomago, comendo em casa e na hora que a galera perguntar qual o seu pedido, permaneça na sua coca zero ou
sua caipirinha com dietil e diga que esta de regime e guarde
dinheiro para o taxi (sempre). E se voltar de taxi ligue para a casa de dentro do taxi e diga: ''Pai, já estou chegando, a placa do taxi é xxxxxx ''..(mesmo que vc tenha 80 anos).
Não pegue carona com quem já tomou todas, ''mas acha que dá pra chegar'', porque só dá pra chegar no cemitério.
Da mesma forma não deixe para terminar nenhum relacionamento justo na sexta-feira depois do quarto chopp, porque a festa vai virar tragédia na certa (as manchetes dos jornais comprovam o que estou dizendo).
Agora se você curtir um pagode de mesa, do bloco carnavalesco do bairro onde mora, vai tranquilo.
E se você gosta mesmo é de um vinhozinho e de um filminho, aí é só ajeitar a poltrona e curtir o programa.
A sexta-feira é o começo da festa, mas o fundamental é não perder o rebolado.