terça-feira, 10 de maio de 2011

A VIAGEM II !





Pode ser até que eu carregue coisas demais sobre os ombros: uma bolsa grande, uma sacola e uma pasta.
Mas geograficamente, Sepetiba é o bairro mais longe do Centro da cidade. Eu e parte dos habitantes do Sapezal, cruzamos ida e volta o equivalente a vários países da Europa, durante toda semana. E quem vai viajar tem que levar bagagem. Na minha bagagem eu carrego comida (café da manhã e almoço), guarda-chuva, um par de sandálias (pq na ZN quando chove alaga)secas, uma máquina fotográfica, (pq a cidade é linda!), espelho, lenço de cabeça ou touca de lã, casaco ou xale, uma bolsinha de remédios, cabo usb (de que vale tirar fotos se não poder descarregar?), carregador de celular, celular (e eu sou uma das poucas pessoas no Rio que só tem um celular e não tem rádio-Nextel), agenda, carteira, vale-transporte, crachá, balinhas, patuás,
terços, canetas, blocos de anotações, óculos escuros, chaves....o trivial indispensável para se passar um dia.




Na volta além da marmita vazia, eu sempre trago uns livrinhos que a galera doa para as minhas bibliotecas e umas comprinhas de mercado. Mas tanto na ida como na volta os coletivos estão sempre lotados, e na hora de desembarcar, os rodoviários que pegam carona, viajam nos degraus dos onibus impedindo a passagem!
E eles também carregam mochilas com seu casacos, marmitas, Bíblias e etc. Aí eu tento passar entres eles, que não saem de seus lugares e só encolhem a barriga e ficam nas pontas dos pés. Eu me contorço igual aos malabaristas do Cirque de Soleil e xingo eles todos, enquanto esfrego minhas bolsas e sacolas em
suas panças protuberantes, que eles acham que estão encolhidas. Eles não me retrucam e fazem cara de paisagem, para depois fazerem suas piadas particulares com o motoristas, como meninas falando dos meninos em conversas de banheiro. Nesses desembarques eu já perdí brincos, já tropecei, e já quase fiquei sem roupa!
A parte mais estranha dessas viagens é quando eu acordo durante a viagem, e na fração de segundos em que, ainda não abrí os olhos, eu me pergunto dois coisas: estou indo ou voltando? quantos dias faltam para minha alforria, digo, aposentadoria?
Viva Deus!

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